segunda-feira, 13 de abril de 2009

Um Leão por Ano

Não, não é uma referência ao livro da Vera Fisher, apesar de esta expressão por si só já ser uma boa piada. Também não falo de um controle populacional em um parque do Quênia - esses leões não me põem medo. Falo do imposto de renda. POOOTA QUE PARIIIIIU!

Uma vez uma professora - excelente, por sinal - disse que nunca deveríamos reclamar de pagar esse imposto, porque significa que temos renda. Jamais consegui seguir esta recomendação. Sempre fico puto. Trabalho o ano todo feito um condenado - condenado livre, porque preso não trabalha. Sofre, mas não trabalha - e ainda tenho de pagar uma baba depois?! É um absurdo!

Claro que sei que a minha renda me permite ter internet, escrever num blog com razoável respeito à língua portuguesa, transitar entre as classes C+ e B- -, mas porra! Tenho certeza que neguinho rico de verdade não paga, mesmo que proporcionalmente, tanto imposto quanto eu. Eu que não posso fazer falcatruas, eu que não sou parente-de-fulano, eu que não tenho empreiteira, eu que não entendo nada de triângulos-retângulos, entro na massa da classe média que enche as burras e os cofres vorazes da União!

O Molusco, e olha que em linhas gerais eu simpatizo com ele, é muito ganancioso para sustentar essa gastança sem fim, tão transparente quanto o mar derramado de tinta de polvo! É uma lula gigante digna desses filmes de terror-criatura-dos-mares.

Devia ter mudado o título do texto para "Um Molusco por Ano", mas aí ia perder a piada da Vera. Gente, o que me resta é a piada. Ao menos isso o Molusco ainda não me levou.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sou Mais o Fidel

Vi o filme Che. Vale totalmente a pena. Acho que é um desses filmes que têm de ser vistos de qualquer maneira. Trata, esta primeira parte - o filme tem uma segunda ainda sem previsão de lançamento no Brasil - , da luta da guerrilha que fez a revolução cubana. É muito bem feito, bem realista. (OK, não sou profundo conhecedor dos eventos relatados, mas ao menos pareceu realista). Romantizado, mas realista.

Mas tem de ser romantizado mesmo. Saí da sala com uma angústia. A angústia de não ter condições de acreditar. Acreditar em itálico quer dizer ter fé, ter uma crença profunda. Aquelas pessoas estavam dispostas a dar a própria vida por algo que ia melhorar o país e as vidas dos cubanos. Hoje em dia não se tem isso. Bom, eu não tenho. Vejo que as verdadeiras mudanças não ocorrem por meio de revoluções lideradas por idealistas, mas levam gerações, e a humanidade, via de regra, não tem condições de lidar com mudanças de verdade. A princípio, não trabalho com a possibilidade de intervenção de qualquer messias, seja ele JC, Obama ou Chuck Norris. Ninguém vai aparecer para "libertar" ninguém.

Por isso admiro muito os idealistas como os retratados no filme. Admiro e fico angustiado de não compartilhar desse idealismo. O Che está ótimo, mas o Fidel está simplesmente perfeito. O ator dá até aquela balançadinha de corpo que o Fidel dá quando fala. Esta semana li também uma notícia de alguns deputados americanos que visitaram a ilha e estiveram com Fidel. Como todo mundo que encontra aquela lenda viva, saíram encantados com ele. É impressionante o carisma que ele tem, com quase 90 anos. Acho que nenhum político vivo tem esse mesmo carisma no mundo de hoje. Nem nosso presidente-molusco, "o cara". Vamos combinar que, em termos de carisma, não estamos bem servidos, a julgar pelos presidenciáveis que se anunciam...