quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz 2010!

Feliz ano novo a todos!

Uma coisa que sempre me chamou a atenção e me deixava encucado é uma certa divergência nas datas de natal e ano novo.

Diz-se que a contagem dos anos começou a partir do nascimento de JC. OK, se é assim por que diabos (chiste consciente) o ano não começa no natal? Como se diz que o natal é em dezembro se não se tinha ainda os meses anteriores para se contar?

Depois de muitos anos esquecida esta questã, ela me voltou numa coluna do L F Verissimo no jornal, há um tempo atrás. Lá ele esclarecia que o natal cai em dezembro por um fenômeno astronômico qualquer ligado à fábula da estrela que guiou um personagem qualquer da lenda de JC. E que o ano novo seria, então, o dia da circuncisão de JC, que tradicionalmente é no oitavo dia após o nascimento de qualquer judeu.

Exatamente, amigos. Hoje estamos comemorando o doismilésimo-décimo (ou doismilésimo-nono, ao pé da letra) aniversário da retirada ritualística-cirúrgica da pele que cobria a glande de uma pessoa que nem temos certeza de se, quando e como existiu!

Gente, realmente, tudo vira motivo para beber! Saúde e um bom 2010!

"Comissão Nacional da Verdade" ou "Beg Your Pardon?"

Li por esses dias no jornal que nosso governo federal, personificado na figura do Molusco, pretende criar uma comissão para apurar o que de fato aconteceu com os desaparecidos, presos e torturados por divergência política na época dos presidentes-generais-goela-abaixo (doravante, ditadura).

A princípio, muito louvável esta iniciativa, pois, apesar de autoridades militares dizerem que não, ainda deve haver muita informação dessa época escondida por aí, e isto precisa vir à tona para podermos entender em que pé estamos, punir os criminosos, e aumentar nosso conhecimento de nosso próprio povo, seja dos oprimidos ou dos opressores.

O que me fez cair a mandíbula foi o nome dado a esta proto-comissão; Comissão Nacional da Verdade (!!!). Acuma?? Comissão da verdade? Que que é isso, gente? Bem humilde, né? Mais uma vez vou citar 1984, de G. Orwell, onde o Ministério da Verdade era o responsável por selecionar e modificar as informações que chegavam à população, se ainda me lembro algo do livro.

Dar um nome desse à comissão faz pensar que ela vai ser um time de filósofos ou de estudiosos da bíblia judaico-cristã, o que me deixa confuso e com nojo, respectivamente. É muita pretensão! Sem entrar no mérito das funções da comissão - de fato concordo com muitas delas, não todas - fico inquieto com o nome. Porra, que verdade é essa? Existe verdade? Existe o monstro macarrão voador? E se existe, quem estará qualificado a rotular este ou aquele relato como "verdadeiro", sobre fatos de no mínimo 20, 25 anos atrás? Haja trabalho! Já começa fadado ao fracasso um grupo que se impõe uma meta tão pouco atingível.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Morar sozinho é...

... descobrir que acabou o arroz, mas há 4 variedades de destilados no armário de mantimentos.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Espírito Natalino II ou Eu Odeio a Árvore da Lagoa

E para sustentar esta hipocrisia que se espalha pelo mês de dezembro, uma empresa de seguros (??) banca, há anos, uma torre de luz no meio da lagoa, a Rodrigo de Freitas.

Então tá, uma empresa que lucra com o medo da desgraça e com o hábito de não ajudar quando as pessoas precisam, inventa uma pirâmide de lâmpadas para celebrar o tempo de perdão e solidariedade. Que nojo. Sério, estou enojado. É um paradoxo tão paradoxo que deixaria 1984 no chão.

A raposa ergue um imenso monumento às galinhas, enaltecendo-as por sua excelente habilidade de pôr ovos. De ouro.

Sem contar que aquele trambolho daquela árvore causa um transtorno imenso no trânsito. E em toda a energia desnecessariamente gasta naquilo, numa época em que todos devemos nos preocupar em economizar energia, e não esbanjar. Lembro que até no verão do apagão - o de Fernando II, o eterno - a porra da árvore estava lá, com algumas restrições de horário, apenas.

Fora de brincadeira, durante muito tempo achei legal e bacana essa coisa da solidariedade no natal, de as pessoas desejarem um bom natal, um feliz natal, muito amor e paz pra você, pra você. Mas depois me dei conta de que isso só destaca o monte de selvagens que nós somos o resto do ano, e então toda essa coisa de decoração de natal tem me dado nojo. Além do mais aquele vermelho todo dá um calor absurdo. Gente, que coisa mais inadequada o natal que nós importamos; nesse calor ferrado, uma ceia gigante com comida pesada, frutas secas, um velho gordo e barbudo cheio de roupa, que vem de um polo norte que era para ser de gelo, mas logo, logo não vai mais ser.

Podem até achar que estou sendo mal-humorado, mas acho que a gente tem de começar a repensar certas "verdades" inadequadas que por algum motivo tosco ficaram cristalizadas em nossa cultura.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Espírito Natalino? Fala sério!

Depois de Papai Noel, o maior clichê desta época do ano é "reavivar o Espírito Natalino". OK, obrigado, mas não, obrigado.

Neguinho chega no fim do ano e pensa em "resgatar" o verdadeiro significado do natal. Vamos pensar um pouquinho sobre isso.

O que se pensa a princípio é que o "espírito natalino" - doravante EN - é que as pessoas deviam ter ideais de solidariedade e de bondade, de perdão. O que na verdade só caracteriza como o espírito da hipocrisia. EN prega o respeito entre as pessoas, que todos devem se ajudar e compreender. C@#$%ralho, só no fim do ano?? Reza a lenda que JC - o nazareno - disse algo parecido. Reza a lenda. Acontece que ninguém sabe mesmo se ele existiu, e muito menos quando ele nasceu. Mas isso não importa. Importa que as pessoas fingem que se baseiam nisso ou naquilo, que não serve de base de nada, para justificar coisas absurdas! Então, resgatar o que? O que nunca existiu?

O natal, e também o EN, representa a nossa completa incapacidade de incluir o outro, e, logo, nosso entorno, no nosso pseudodesejo de que todos sejam felizes. Alguns reservam a esta época do ano um nicho de solidariedade a que se negam os outros onze meses. Sinto muito, para mim, não cola.

Ontem foi o dia internacional de luta contra a AIDS. Ao invés de pensar em iniciativas religiosas pela paz mundial, - vamos combinar que as religiões, ao longo dos séculos, têm contribuído muito negativamente pela paz - valorize algo que você mesmo pode fazer pelo bem da humanidade, que é simplesmente usar camisinha. Nós podemos fazer muito mais, mas sempre há por onde começar.