sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sou Mais o Fidel

Vi o filme Che. Vale totalmente a pena. Acho que é um desses filmes que têm de ser vistos de qualquer maneira. Trata, esta primeira parte - o filme tem uma segunda ainda sem previsão de lançamento no Brasil - , da luta da guerrilha que fez a revolução cubana. É muito bem feito, bem realista. (OK, não sou profundo conhecedor dos eventos relatados, mas ao menos pareceu realista). Romantizado, mas realista.

Mas tem de ser romantizado mesmo. Saí da sala com uma angústia. A angústia de não ter condições de acreditar. Acreditar em itálico quer dizer ter fé, ter uma crença profunda. Aquelas pessoas estavam dispostas a dar a própria vida por algo que ia melhorar o país e as vidas dos cubanos. Hoje em dia não se tem isso. Bom, eu não tenho. Vejo que as verdadeiras mudanças não ocorrem por meio de revoluções lideradas por idealistas, mas levam gerações, e a humanidade, via de regra, não tem condições de lidar com mudanças de verdade. A princípio, não trabalho com a possibilidade de intervenção de qualquer messias, seja ele JC, Obama ou Chuck Norris. Ninguém vai aparecer para "libertar" ninguém.

Por isso admiro muito os idealistas como os retratados no filme. Admiro e fico angustiado de não compartilhar desse idealismo. O Che está ótimo, mas o Fidel está simplesmente perfeito. O ator dá até aquela balançadinha de corpo que o Fidel dá quando fala. Esta semana li também uma notícia de alguns deputados americanos que visitaram a ilha e estiveram com Fidel. Como todo mundo que encontra aquela lenda viva, saíram encantados com ele. É impressionante o carisma que ele tem, com quase 90 anos. Acho que nenhum político vivo tem esse mesmo carisma no mundo de hoje. Nem nosso presidente-molusco, "o cara". Vamos combinar que, em termos de carisma, não estamos bem servidos, a julgar pelos presidenciáveis que se anunciam...

Um comentário:

Ana Leticia disse...

Pois é. Acreditar que a humanidade, com suas idiossincrasias disfarçadas de democracia capitalista, pode mudar, é o mesmo que acreditar em papai noel hoje em dia. E é mesmo muito angustiante constatar isso, que já não dá mais pra "acreditar". Às vezes penso que nasci na época errada - ou quem sabe no planeta errado... =/
Beijos,
Ana Letícia
www.mineirasuai.blogspot.com