quinta-feira, 22 de maio de 2008

Pavlov e o Trânsito (continuação)

A buzina, aliás, tem um papel curioso no trânsito. Geralmente acontece assim: um evento simples qualquer paralisa temporariamente o trânsito, algo como um caminhão de lixo parado, uma carreta manobrando, ou uma dessas retenções sem causa aparente. Os carros vão então se enfileirando, um atrás do outro. Isso aviva, nas profundezas da mente complexa de um determinado ser humano, uma crença de que sua buzina tem poderes extraordinários; se ele buzinar por tempo suficiente e bem forte, os carros da frente, repentinamente despertados do transe da ignorância, vão se movimentar, tocados pelo som poderoso da buzina mágica. Estavam todos parados apenas aguardando que algum iluminado assumisse a liderança de seus espíritos simplórios, e lhes indicasse o caminho da verdade, que é andar para a frente numa via pública da América do Sul, por exemplo, em direção à Barra da Tijuca.

O único resultado prático disso é tornar ainda mais insuportável uma situação já estressante por si mesma, majorando o papel da poluição sonora no vaso de tensão que já transborda. É o elemento humano cumprindo seu papel de infernizar os outros.

3 comentários:

Anônimo disse...

Essa é uma das pesquisas que mais se aproximam de tese sólida, com poucas perspectivas de mudança. Entretanto, há um outro efeito sensitivo, dessa vez sonoro, ao contrário da luz verde, que faz o incondicional ser humano buzinador a se recolher em seus instintos agressivos(dois pontos).
Na 13 de maio em Petrópolis, há um açougue que fica em frente a alguns bares, estava em um deles, e, apesar de não haver luzes verdes o trânsito se "enbotellaba"; surge, pois, uma buzina de caminhão, de posse do dono do açougue, que, uma vez tocada, cessa todas as buzinas e, como por um milagre, os carros fluem que é uma beleza.
Tem texto maneiro lá no Canis! hehhe

Ana Leticia disse...

A minha buzina é mágica. Juro!
rsrsrsrs
;-)
Bjo
Ana
www.mineirasuai.blogspot.com

Anônimo disse...

Po, esse espaço aqui bicho, começa bem, mas nem continua, Põ, nem vou mais lê!